|COLUNA| Direto ao Ponto #003 - Jojo Moyes, Chevy Stevens e Haruki Murakami

sexta-feira, dezembro 04, 2015 0 Comments A+ a-



Nome do livro: Como eu era antes de você
Autor: Jojo Moyes
Ano: 2013
Editora: Intrínseca
Opinião: Como eu era antes de você conta a história de Lou, uma jovem perdida e sem perspectivas na vida que vê sua visão mudar ao conhecer (e se apaixonar) por Will Traynor, um ex executivo bem sucedido que sofreu um acidente de moto e agora é tetraplégico. 
Esse é o tipo de livro que você dificilmente me verá lendo, daqueles que eu tenho preconceito só de olhar a capa/ ler a sinopse. Mas acontece que eu resolvi participar de um clube do livro e esse foi justamente o livro escolhido para aquele mês - nada como começar com uma leitura desafiadora não? Mas dá para ficar pior: logo que comecei a ler, percebi que já sabia o final desse livro; sei que algumas pessoas isso é algo que motiva a ler a história mas comigo é justamente o contrário. 
Bom, com a expectativa lá embaixo não foi difícil que esse livro me surpreender. Admito, a escrita da autora é muito boa e só um pouco piegas (mais pro final), a alternância de pontos de vista foi uma surpresa agradável e, sim, consegui me envolver um pouco com a história (quando não estava revirando os olhos para a enrolação). Se não soubesse o final talvez teria aproveitado melhor a história mas valeu a experiência, principalmente por me fazer questionar minha visão sobre a eutanásia. 
Cena: Nenhuma com o casal principal: minha cena favorita é quando a mãe de Will, a dra.Traynor narra, em primeira pessoa, porque decidiu ajudar na eutanásia do filho. Foi o único momento em que senti vontade de chorar.
Nota: 7 - o livro não me agradou em todo mas teve algumas cenas que gostei, a discussão é válida e a escrita da autora me agradou. 



Nome do livroÉ melhor não saber
Autor: Chevy Stevens
Ano: 2013
Editora: Arqueiro
Opinião: Narrada através das conversas (ou melhor, monólogos) de Sara para sua psicanalista, "É melhor não saber" é um livro ágil, que deixa o leitor vidrado do começo ao fim. Conta a história da protagonista, uma mulher de 30 e poucos anos, mãe e preste a se casar, mas ainda presa a questões sobre seu passado e sofrendo com a rejeição de seu pai adotivo. Sara resolve procurar seus pais biológicos e aí que seu drama começa. 
Fazia tempo que não lia um livro tão viciante: li em dois dias, pois me vi incapaz de largar esse livro por um segundo que fosse, precisava descobrir o que ia acontecer em seguida. Além disso gostei muito da personagem principal, Sara, uma mulher meio obsessiva, de gênio forte mas bom coração - ter gostado da personagem fez com que eu me envolvesse mais na história e  realmente torcesse por ela. 
Falando em personagens, esse é outro aspecto que gostei bastante. A maioria dos personagens tem lados bons e ruins - até mesmo John, que deveria ser o mal tem pessoa, tem seu momento "bom" na história.
Uma das poucas coisas que não gostei do livro foram as reviravoltas. Achei meio previsível aquele final, já tinha desconfiado com vários capítulos de antecedência, mas a escrita da autora conseguiu deixar até mesmo o óbvio emocionante. Destaque para a forma como a heroína conseguiu escapar daquela situação praticamente sem saída no finalzinho - apesar de saber que, se a personagem está narrando aquilo para psiquiatra é porque está bem, fiquei muito ansiosa nessa parte do livro. 
Cena: Se para escolher uma só seria a forma como o livro terminou, singela porém significativa. Será que somos só consequência de nossa biologia? Por esse final fofo (na falta de uma palavra melhor) tive a sensação que não. 
Nota: 8,5 - o livro é muito bom, mas tirei meio ponto por essa reviravolta previsível da qual falei. 



Nome do livro: Minha Querida Sputnik
Autor: Haruki Murakami
Ano: 2008
Editora: Alfaguara
Opinião: O narrador da história, identificado como K., nos conta a história de Sumire, uma jovem de 22 anos que, tendo nunca se apaixonado, um dia se vê no amor por uma mulher anos mais velha chamada Miu. Surge aí uma espécie de triângulo amoroso já que Sumire é apaixonada por Miu e fala sobre sua paixão com K., que por sua vez, é apaixonado por Sumire. 
Já tinha lido "Sono" desse mesmo autor e foi uma das minhas melhores desse ano. Por isso não é de surpreender que queria ler outra coisa do senhor Murakami... No entanto, o resultado não foi nada do que eu esperava. 'Minha querida Sputnik' é um livro interessante, com questões interessantes e uma narrativa razoavelmente rápida, apesar de cheia de reflexões. No entanto senti falta aqui do Murakami que conheci naquele conto/novela, que me fez devorar as páginas e desejar ter escrito algo semelhante. 
Na verdade, ler esse livro me fez criar uma teoria, a de que Haruki Murakami é um escritor de novelas e contos que quer escrever romances; o que resulta disso é uma obra tal qual 'Minha querida Sputnik', que (apesar da narrativa rápida) seria muito melhor se fosse contado de forma mais resumida - algumas passagens são meio desnecessárias, principalmente depois que K. volta para o Japão. Claro, preciso ler outros contos e livros do autor para confirmar essa minha tese mas foi assim que me senti quando terminei esse livro.
Isso sem contar o final, que simplesmente não entendi. Já estava esperando que fosse algo que me deixasse no ar, 'Sono' seguiu esses moldes, mas o final de "...Sputnik" elevou o termo "ficar boiando" a um novo patamar. A ligação aconteceu? O que foi aquela coisa do sangue? Uma metáfora ou o que? Se alguém esse livro e entendeu essa finalização, por favor me ajude.
Cena: Gostei  dos poucos vislumbres fantásticos que vi no livro, começando pela história de Miu na roda gigante até o episódio de K. ouvindo uma música na ilha grega. Tudo o que aconteceu antes ou depois disso variou de "legalzinho" a "chatice da pega". 
Nota: Eu não sei que nota dar a um livro cujo final não entendi. Acho que 6,5.

***

Esse foi o "Direto ao Ponto" de hoje. Até a próxima!

"My work always tried to unite the true with the beautiful; but when I had to choose one or the other, I usually chose the beautiful." -- Hermann Weyl Miss Carbono que é o numero 6 na tabela periodica


Olá, seja bem-vindo!

Pode falar o que quiser do filme, livro ou texto - só peço que tome cuidado para não ofender os outros leitores do blog. Nada contra palavrões mas também não vamos exagerar, ok?

Obrigada!