|COLUNA| Direto ao Ponto #003 - Jojo Moyes, Chevy Stevens e Haruki Murakami
Nome do livro: Como eu era antes
de você
Autor: Jojo Moyes
Ano: 2013
Editora: IntrÃnseca
Opinião: Como eu era antes de você conta a história de Lou,
uma jovem perdida e sem perspectivas na vida que vê sua visão mudar ao conhecer
(e se apaixonar) por Will Traynor, um ex executivo bem sucedido que
sofreu um acidente de moto e agora é tetraplégico.
Esse é o tipo de livro que você dificilmente me verá lendo, daqueles que
eu tenho preconceito só de olhar a capa/ ler a sinopse. Mas acontece que eu
resolvi participar de um clube do livro e esse foi justamente o livro escolhido
para aquele mês - nada como começar com uma leitura desafiadora não? Mas dá
para ficar pior: logo que comecei a ler, percebi que já sabia o final
desse livro; sei que algumas pessoas isso é algo que motiva a ler a
história mas comigo é justamente o contrário.
Bom, com a expectativa lá embaixo não foi difÃcil que esse livro me
surpreender. Admito, a escrita da autora é muito boa e só um pouco piegas (mais
pro final), a alternância de pontos de vista foi uma surpresa agradável e, sim,
consegui me envolver um pouco com a história (quando não estava revirando os
olhos para a enrolação). Se não soubesse o final talvez teria aproveitado
melhor a história mas valeu a experiência, principalmente por me fazer
questionar minha visão sobre a eutanásia.
Cena: Nenhuma com o casal principal: minha cena favorita é quando a mãe
de Will, a dra.Traynor narra, em primeira pessoa, porque decidiu ajudar na
eutanásia do filho. Foi o único momento em que senti vontade de chorar.
Nota: 7 - o livro não
me agradou em todo mas teve algumas cenas que gostei, a discussão é válida e a
escrita da autora me agradou.
Autor: Chevy Stevens
Ano: 2013
Editora: Arqueiro
Opinião: Narrada através das conversas (ou melhor, monólogos) de Sara para
sua psicanalista, "É melhor não saber" é um livro ágil, que deixa o
leitor vidrado do começo ao fim. Conta a história da protagonista, uma mulher
de 30 e poucos anos, mãe e preste a se casar, mas ainda presa a questões sobre
seu passado e sofrendo com a rejeição de seu pai adotivo. Sara resolve procurar
seus pais biológicos e aà que seu drama começa.
Fazia tempo que não lia um livro tão viciante: li em dois dias,
pois me vi incapaz de largar esse livro por um segundo que fosse, precisava
descobrir o que ia acontecer em seguida. Além disso gostei muito da personagem
principal, Sara, uma mulher meio obsessiva, de gênio forte mas bom coração -
ter gostado da personagem fez com que eu me envolvesse mais na história e
realmente torcesse por ela.
Falando em personagens, esse é outro aspecto que gostei bastante. A
maioria dos personagens tem lados bons e ruins - até mesmo John, que deveria
ser o mal tem pessoa, tem seu momento "bom" na história.
Uma das poucas coisas que não gostei do livro foram as
reviravoltas. Achei meio previsÃvel aquele final, já tinha desconfiado com vários
capÃtulos de antecedência, mas a escrita da autora conseguiu deixar até mesmo o
óbvio emocionante. Destaque para a forma como a heroÃna conseguiu escapar
daquela situação praticamente sem saÃda no finalzinho - apesar de saber que, se
a personagem está narrando aquilo para psiquiatra é porque está bem, fiquei
muito ansiosa nessa parte do livro.
Cena: Se para escolher uma só seria a forma como o livro terminou,
singela porém significativa. Será que somos só consequência de nossa
biologia? Por esse final fofo (na falta de uma palavra melhor) tive a
sensação que não.
Nota: 8,5 - o livro é
muito bom, mas tirei meio ponto por essa reviravolta previsÃvel da qual falei.
Autor: Haruki Murakami
Ano: 2008
Editora: Alfaguara
Já tinha lido
"Sono" desse mesmo autor e foi uma das minhas melhores desse ano. Por
isso não é de surpreender que queria ler outra coisa do senhor Murakami... No
entanto, o resultado não foi
nada do que eu esperava. 'Minha querida Sputnik' é um livro interessante,
com questões interessantes e uma narrativa razoavelmente rápida, apesar de
cheia de reflexões. No entanto senti falta aqui do Murakami que conheci naquele
conto/novela, que me fez devorar as páginas e desejar ter escrito algo
semelhante.
Na verdade, ler esse
livro me fez criar uma teoria, a de que Haruki
Murakami é um escritor de novelas e contos que quer escrever romances; o
que resulta disso é uma obra tal qual 'Minha querida Sputnik', que (apesar da
narrativa rápida) seria muito melhor se fosse contado de forma mais resumida -
algumas passagens são meio desnecessárias, principalmente depois que K. volta
para o Japão. Claro, preciso ler outros contos e livros do autor para confirmar
essa minha tese mas foi assim que me senti quando terminei esse livro.
Isso sem contar o final,
que simplesmente não entendi.
Já estava esperando que fosse algo que me deixasse no ar, 'Sono' seguiu esses
moldes, mas o final de "...Sputnik" elevou o termo "ficar
boiando" a um novo patamar. A ligação aconteceu? O que foi aquela coisa do
sangue? Uma metáfora ou o que? Se alguém esse livro e entendeu essa
finalização, por favor me ajude.
Cena: Gostei dos poucos vislumbres fantásticos que vi no livro, começando pela
história de Miu na roda gigante até o episódio de K. ouvindo uma música na ilha
grega. Tudo o que aconteceu antes ou depois disso variou de
"legalzinho" a "chatice da pega".
Nota: Eu não sei que nota dar
a um livro cujo final não entendi. Acho que 6,5.
***
Esse foi o "Direto ao Ponto" de hoje. Até a próxima!
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