O lado bom dos livros pirateados - part. 2
No post passado falei meus dois principais motivos para acreditar que, no momento
atual, baixar livros piratas não é
algo prejudicial. Citei inclusive um exemplo em que a pirataria foi positiva,
como no caso do livro do Paulo Coelho, disponibilizado gratuitamente para os
russos.

Acredito
que no futuro os livros físicos existirão da mesma forma que os vinis: Como
objetos de culto e fascínio no imaginário de alguns fãs. Os livros não vão
acabar como alguns pensam, mas ficarão mais bem acabados e diagramados; suas
capas serão sempre duras e bonitas e as folhas nunca mais terão formato de
jornal. Nesse futuro, não muito distante, os livros no formato “banca” talvez não existam mais, mas as edições
de colecionador serão disputadíssimas.
Quando
esse dia chegar as pessoas passarão a comprar e-books ao invés de livros. Isso
significa que a pirataria vá acabar? Claro que não, assim como a pirataria de
filmes não acabou com a criação do streaming e serviços de locação online.
Mas, se
me permitem viajar um pouquinho mais, talvez
esteja na hora das editoras repensarem seus modelos de negócios. O livro
não deveria ser o fim mas apenas o começo de uma série de outras situações que
– ai sim – trariam certo retorno financeiro.
Defendo,
talvez com utopia, um futuro em que os autores publiquem o livro e as editoras
façam trabalho de divulgação entregando tal livro às pessoas gratuitamente. Nesse modelo o formato
de banca não desapareceria, apenas passaria a ser usado como material de
divulgação. Quanto mais livros lidos (veja bem, lidos e não vendidos) mais a
editora e o autor, poderiam lucrar com coisas como palestras, venda de direitos
para o cinema, eventos e exemplares especiais, como livros autografados,
camisetas etc.
Cada
livro seria uma oportunidade para ‘guiar’ as pessoas a esses outros produtos. É
mais ou menos o que acontece na música:
O cantor entrega seu CD na porta de faculdades e de shows para que as pessoas
ouçam a música. Quando o CD estoura, as pessoas passam a querer ir ao show e é
dai que o cantor e a gravadora retiram seus lucros.
Não sei
se isso acontece em outras regiões do país mas, aqui no interior de São Paulo,
tal prática de divulgação é bem comum. Aliás, foi assim que o Luan Santanna
começou a ‘bombar’ por aqui – ele fez uma participação no show do ‘Fernando e
Sorocaba” e, na saída, entregaram seu CD de graça para o pessoal.

O certo
é que, seja através dessa minha sugestão, ou através de alguma outra fórmula, o mercado literário precisa de mudanças para
se adaptar ao nosso futuro, cada vez mais tecnológicos. No momento atual, a
principal mudança é parar com essa guerra contra ao download de livros piratas
– livros pirateados não são um problema. O problema é quando a população
simplesmente não lê. (O que não
é o caso do Brasil).
Qual você acha que é o futuro do mercado literário? Comente!
1 comentários:
Write comentáriosEstou adorando estes posts, Karol!
ReplyConcordo com você, e acho que seria interessante esta forma de divulgação por parte das editoras... não sei, ao menos o livro digital podia ser disponibilizado gratuitamente! Ou a preço simbólico, sei lá... Afinal, pode-se ganhar dinheiro de outras maneiras, e seria uma bom método de divulgação em massa!
Bjuss...
Paty Algayer - http://www.magicaliteraria.com/
Olá, seja bem-vindo!
Pode falar o que quiser do filme, livro ou texto - só peço que tome cuidado para não ofender os outros leitores do blog. Nada contra palavrões mas também não vamos exagerar, ok?
Obrigada!